Estimados irmãos e irmãs, presentes em tantos lugares desta nossa Arquidiocese,
1. O texto que segue quer ser Instrumento para o importante momento eclesial da Arquidiocese de Porto Velho: a elaboração do novo Plano de Pastoral. Para isso, esta Igreja Particular se coloca em processo de construção sinodal, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023).
2. Este subsídio faz parte de uma sequência de quatro documentos que visam apresentar os horizontes para Ação Evangelizadora de nossa Arquidiocese, que anseia para os próximos anos: ser Casa da Palavra, Casa do Pão, Casa da Caridade e Casa da Missão.
3. Pedimos que todas as instâncias arquidiocesanas, sobretudo, os conselhos pastorais paroquiais, casas religiosas, seminários, coordenações arquidiocesanas das pastorais, movimentos, organismos e serviços, leiam os documentos pastorais indicados na Carta Pastoral n. 014/2020 e deixem-se provocar pelas mesmas, discernindo os caminhos possíveis para o nosso compromisso evangelizador.
4. É importante destacar que às resposta desse primeiro subsídio devem ser encaminhadas com criatividade por todas as forças vivas da Igreja de Porto Velho, sempre privilegiando a sinodalidade e unidade. Ademais, sejam encaminhados até o dia 13 de OUTUBRO de 2020 para o e-mail: pastoralarquipvh@gmail.com.
5. O fruto desse processo de participação e comunhão resultará no texto do novo Plano Arquidiocesano de Pastoral, a ser discutido na Assembleia Arquidiocesana de 2021 e publicado no segundo semestre do mesmo ano.
6. É o Senhor Deus quem nos convida e nos convoca para este momento novo: somar forças, talentos e esperanças, sempre em comunhão.
A todos, nossa gratidão pela colaboração.
SUBSÍDIO 01
PILAR DA PALAVRA: INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ E ANIMAÇÃO BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL
INTRODUÇÃO
A ação evangelizadora da Igreja é uma missão que pode ser comparada a uma casa fundamentada sobre quatro pilares, são eles: a Palavra, o Pão, a Caridade e a Ação Missionária (cf. DGAE n° 08).
O documento pós-sinodal “Querida Amazônia” leva-nos a considerar o anúncio da Palavra de Deus no contexto amazônico para a Iniciação à Vida Cristã (cf. n° 64/65).
Também a exortação apostólica “Christus Vivit” insiste no aprofundamento do querigma junto aos jovens, promovendo espaços de reflexão com a Sagrada Escritura (cf. n° 214/215).
Neste subsídio vamos tratar especificamente do pilar da Palavra, abordando a Iniciação à Vida Cristã, a animação bíblica e a vida pastoral.
REALIDADE ATUAL
Estamos imersos em um momento histórico de profundas transformações. Estas afetam os valores relacionados a pessoa, a família, a experiência religiosa, a prática da fé, enfim, ao ser cristão discípulo/a de Cristo.
Vemos que a situação atual traz novos desafios ao caminho da iniciação à fé cristã.
A sociedade moderna não se caracteriza mais como uma sociedade cristã, mas laica. A experiência de fé do ser humano moderno está mais centrada na sua subjetividade do que a um processo eclesial e do seu senso comunitário.
Observa-se uma crise geral na transmissão e vivência da fé em comunidade (cf. DAp n° 39). O que antes era apresentado pela Igreja e pela família como caminho seguro de uma autêntica vida cristã, hoje pode ser questionado. Não há mais verdade absoluta.
A situação atual manifesta um descompasso entre o que era proposto pela catequese tradicional da Igreja e a realidade em que estamos submersos. Constata-se que muitos jovens ao término do processo tradicional da catequese, deixam a Igreja, não aderindo verdadeiramente à fé cristã, pois não chegaram a ter um contato vivo com a Boa Nova de Jesus e uma experiência vivencial da fé pessoal e comunitária.
A meta da Iniciação à Vida Cristã é formar cristãos maduros na fé, inseridos e participando na comunidade. O desafio da realidade está em formar discípulos seguidores de Jesus Cristo e não adeptos ou simpatizantes a Ele. Alguém torna- se discípulo missionário de Jesus Cristo pelo contato e escuta da Palavra, por isso, a Sagrada Escritura deverá estar sempre presente na caminhada de vida de um cristão.
A Arquidiocese de Porto Velho já deu alguns passos na caminhada do processo de Iniciação à Vida Cristã, tendo realizado vários encontros junto aos catequistas e demais agentes pastorais, muitas reflexões à nível setorial e paroquial e até mesmo junto ao clero. Tem sido uma formação focada em tornar a ação evangelizadora mais eficaz. Mas ainda é necessário aprender como tornar as pessoas discípulas missionárias, seguidoras de Jesus Cristo e inseridas na comunidade eclesial.
FUNDAMENTAÇÃO
Os cristãos ouviam juntos a Palavra e, por esta iluminados, procuravam discernir a experiência da vida em Deus, conscientes de que a fé provém da escuta (cf. Rm 10,17 e DGAE n° 146).
Portanto, a Iniciação à Vida Cristã e a Palavra de Deus estão intimamente ligadas. Uma não pode ocorrer sem a outra. A Iniciação à Vida Cristã realiza-se dando primazia à Palavra e a oração pessoal em vista do compromisso comunitário e social.
O importante é o encontro com a Palavra que dá sentido ao ser e ao agir de quem é cristão. A Palavra passa a ser critério decisivo da Iniciação à Vida Cristã (cf. DGAE n° 92).
CONTRIBUINDO COM O PLANEJAMENTO PASTORAL
1) Como favorecer o processo de Iniciação à Vida Cristã em nossas comunidades e ajudar a manter-se fiel a este processo (que leve em conta a realidade da nossa Igreja na Amazônia)?
2) Como favorecer o contato INTENSIVO, VIVENCIAL e ORANTE com a Palavra de Deus, de modo que o acesso à Sagrada Escritura seja fonte de Vida, Estudo, Oração e Celebração no caminho da fé?
3) De que forma é possível anunciar Jesus Cristo, proporcionando o encontro PESSOAL e COMUNITÁRIO com Ele? O que podemos fazer para que o anúncio não seja meramente teórico (em sua paróquia/ comunidade/ Casa religiosa/ seminário/ pastoral/ movimento/ serviço/ organismo)?
4) Quais outras sugestões e urgências acerca do Pilar da Palavra você poderia apresentar à nossa Igreja de Porto Velho?