O termo “animador” vem da palavra ánima, alma, e significa aquele que dá alma, que dá vida. Não podemos esquecer de que quem dá a vida a qualquer iniciativa boa é Deus, que, pelo seu Espírito, nos move por dentro, nos faz agir. Ele é a alma da Igreja. Na medida em que o Espírito Santo encontra espaço para agir em nós, então poderemos ser animadores. Ser animador remete sempre à graça da presença do Espirito Santo. Isto quer dizer que a iniciativa é sempre de Deus que, por amor, nos chama, nos forma no seguimento de Jesus Cristo e nos concede a graça de viver e assumir a missão. Desse modo, o principal não sou eu. Eu sou um instrumento de Deus, escolhido por ele, para estar disponível e empenhado, mas não para reclamar direitos ou merecimentos. Eu preciso descobrir qual é o meu lugar.

Por sua vez, a palavra vocacional quer dizer chamado. O chamado nasce da iniciativa de Deus. Preciso estar atento, porque pode ser através de uma pessoa, de um fato, da comunidade… Jesus explica isto de um modo muito claro, quando afirma: “Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). Ele também age através de mediações humanas. Vejamos alguns exemplos que encontramos na bíblia: A conversão de Paulo (At 9,1-22). Outra mediação humana foi o martírio de Estêvão, que Paulo viu bem de perto e aprovou (At 7,58). Outra mediação foi Ananias e a comunidade em Damasco. Barnabé, Pedro, Tiago, João… (At 9). O que aconteceu na vida de Áquila e Priscila e de Apolo (At 18,2.18.24). Mas sempre se trata do chamado de Deus. Pessoas da comunidade e em nome da comunidade vão fazendo o discernimento. A vocação não é,e nem pode ser, uma iniciativa da pessoa. É iniciativa de Deus através de pessoas, comunidades, fatos. O animador vocacional colabora para despertar, acompanhar, discernir e cultivar, sabendo que o faz em nome de Cristo e da Igreja. A pessoa que está despertando para o chamado também precisa descobrir e tomar consciência de que se trata de uma graça dirigida à pessoa, mas que tem sentido eclesial e precisa ser confirmada ou não pela Igreja. A vocação não é um ato individual.

Cabe ao animador vocacional algumas iniciativas concretas. No contexto da Igreja, perguntar aos jovens em que eles gostariam de servir na comunidade, nas diversas pastorais, serviços e ministérios.Apresentar a vida religiosa consagrada, o ministério sacerdotal, e falar da importância do matrimonio e seus valores. No campo da evangelização, o trabalho de animação vocacional também pode ajudar as pessoas a assumirem a missão na sociedade. Pode-se incentivar as pessoas a se engajarem na luta pela a justiça, a se prepararem para ser um bom profissional nos diversos campos do mundo do trabalho etc. Seja um animador vocacional ajudando o outro a responder ao chamado de Deus, dizendo o seu sim na missão no tempo de hoje.

Da equipe de redação da Paróquia Nossa Senhora do Amparo .