29/08 A SEDE DE DEUS VIVO
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“Senhor, Tu és o meu Deus, há muito que te procuro com grande ansiedade.
Como a terra seca do sertão à espera da chuva, todo o meu ser anseia por Ti, Senhor”. (SL 62,2)

“Certo dia, um discípulo foi ter com o Mestre e lhe disse:
– Mestre, quero encontrar a Deus!
O Mestre olhou o jovem discípulo, limitou-se a sorrir, sem nada dizer.
O discípulo vinha diariamente procurar o Mestre, e repetia-lhe sempre as mesmas palavras. Dizia que estava em busca de Deus e que queria dedicar-se à religião.
O Mestre, porém, não lhe dava atenção. Sabia o que convinha fazer.
Num dia em que o calor era muito intenso, o Mestre pediu ao discípulo que o acompanhasse até o rio, próximo dali, para, juntos, atravessá-lo a nado.
Lá chegando, o discípulo lançou-se à água. O Mestre o acompanhou. Quando estavam em meio à corrente, o Mestre, subitamente, agarrou o discípulo pela cabeça, afundou-o na água e o segurou lá embaixo, enquanto o pobre coitado procurava, desesperadamente, libertar-se e respirar.
Quando o discípulo estava a ponto de morrer afogado, o Mestre então, largou-o e perguntou-lhe:
O que é que você mais desejava quando eu segurava sua cabeça debaixo d’água?
– De ar, respondeu o discípulo.
O Mestre continuou:
– Será que neste instante você tem tanto desejo de Deus quanto tinha de ar debaixo d’água? E se o desejar tanto assim, encontrá-lo-á no mesmo instante. Se, porém, você não tem tal desejo e tal sede de encontrar a Deus, é melhor que lute com toda sua inteligência, com todo seu coração, com seus lábios; do contrário, não O encontrará. Sem esta sede de Deus, você faria melhor continuar ateu. Porque um ateu pode,  muitas vezes,  ser sincero ao passo que você não é”.
O ser humano é um ser insaciável, insatisfeito… vive eternamente buscando, sem saber o quê. Em contato com este “poço infinito” (seu interior) sente a necessidade de preenchê-lo a qualquer preço; na maioria das vezes preenche-o com “coisas”, ruídos, problemas, busca de poder, posses, etc… e sente-se frustrado, porque nada lhe satisfaz.
Na realidade, o único que pode saciá-lo é o encontro consigo mesmo e com Deus, no seu interior. É na dimensão mais profunda, no seu “coração” que o ser humano é divino. Por isso, é lá e somente lá que a pessoa encontra a si mesma, a sua identidade pessoal.

Só o Senhor e Criador, de quem recebe gratuitamente o sopro da vida, pode preencher seu interior por completo.
Portanto, o caminho da Vida é para dentro.
Feliz quem encontra o caminho do coração.
É no coração que está a Fonte, a Origem e o Mistério do ser humano.

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