A partir do documento 106 elaborado pelo Conselho Permanente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o dízimo passou a ter quatro dimensões, sendo elas: religiosa, eclesial, missionária e caritativa. Antes, as dimensões do dízimo eram divididas entre religiosa, social e missionária.
A primeira dimensão do dízimo é religiosa. Tem a ver com Deus. Diante de tudo o que tenho e trabalhei para ter, Deus é sempre a fonte última. Qualquer outro fundamento primeiro não está certo. Ele é o Senhor de tudo. Ao contribuir com o dízimo, o fiel deve dizer no seu interior: “obrigado, Senhor”. Em segundo lugar, tem a ver com a comunidade eclesial. Eu estou e sou Igreja de Jesus Cristo. Isto significa que quando comentamos algo da Igreja, falamos de nós mesmos. A formação dos membros da comunidade, com cursos e atualizações, juntamente com todo o tipo de catequese é essencial hoje. Sem esta formação, não é possível ser cristão hoje. Em terceiro lugar, o dízimo deve ser missionário. Isto em duas dimensões. Primeiro em ir, sair, levar a Palavra. Isto sabemos que custa. E é um recurso bem aplicado. Em segundo lugar, em ser missionário com as paróquias que tem menos condições. Não é bom que haja tanta disparidade de recursos de uma com a outra. Em quarto lugar, a dimensão caritativa, que se manifesta no cuidado com os pobres, por parte da comunidade. Os primeiros cristãos diziam que “entre eles ninguém passava necessidade” (At 4,34). Este cuidado pastoral com os necessitados é profundamente evangélico e nunca deve ser esquecido. Deve-se prever, no orçamento anual, este gasto paroquial. Enfim, os recursos advindos da contribuição com o dízimo servem também para a manutenção e conservação dos bens e propriedades das comunidades: funcionários, templos, salões, casa do padre, carro, alimentação e tantos outros itens.