30/09 Notícias da Paróquia Laudato Si’ – Louvado sejas – Parte 2
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Continuando o estudo sobre a Encíclica do Papa Francisco Laudato Si, nos capitulos IV, V e VI padre André nos traz alguns apontamentos e orientações para o cuidado com a Casa Comum.

Ao final da leitura, você é convidado (a) a deixar seu comentário sobre o assunto.

Capítulo IV – Uma ecologia integral

A ecologia integral aponta como tudo está interligado desde o meio ambiente e a sociedade, para buscar soluções comuns as crise sócio-ambiental que a humanidade enfrenta, onde os pobres são os mais estigmatizados. Essa interação proporciona a ecologia econômica considerando o desenvolvimento numa esfera mais ampla e participativa, a ecologia social com as suas diversas instituições (família, comunidade, nação, local), e a ecologia cultural na dinâmica de construir caminhos com os povos (LS 137-143).

Os novos processos urgentes e necessários partem da própria cultura local expandindo as relações com o ecossistema. A ecologia da vida cotidiana pensando a vida global, e ao mesmo tempo, a preservação de povos nativos e os projetos econômicos do agronegócio. A criatividade surgirá dos pontos limitadores, ameaças e violências, carentes de respostas comunitárias (LS 144-149).

As cidades com os vários saberes poderão pensar a qualidade da vida humana em harmonia com o ambiente, e com a preocupação do cuidado do espaço comum. Os vários problemas urbanísticos como a moradia, transporte, poluição, a pobreza, violências e o lixo se tornam inseparáveis da ecologia humana e da noção de soluções para o bem comum. Desenvolver uma solidariedade intergeracional proporcionará um estilo de vida sem consequências desastrosas às próximas gerações. A deteriorização da cultura, da ética e da ecologia causam os problemas sociais e impedem novos horizontes. Encontrar uma gestão intergeracional contribuirá neste caminho enfrentando as dificuldades ambientais e sociais, como: a lentidão das políticas agrícolas, da energia renovável, mudanças climáticas e seus efeitos, erradicação da miséria e pobreza, e acesso a água potável (LS 150-161).

Capítulo V – Algumas linhas de orientação

A urgência dos acordos internacionais e caminhos consensuais exigirão diálogo político nas esferas nacionais e locais, conduzindo as iniciativas coletivas. Não há receita pronta, e sim a necessidade de evitar as políticas eleitorais e imediatistas, visando caminhos transparentes com diálogos. As propostas alternativas somadas às questões prioritárias das pautas do bem comum universal provocarão uma nova economia, sem a mentalidade mágica e efêmera do mercado, evitando os danos ambientais futuros como também os sofrimentos dos pobres. A mentalidade utilitária, individualista, consumista e da maximização será desafiada a ser superada e repensada com política sã e contrária a economia que mata. As religiões através do diálogo ético, científico e religioso poderão ajudar a responder às necessidades atuais. Assim um novo estilo de vida com base sólida espiritual, cultural e educativa serão processos de regeneração. A passagem do consumismo obsessivo tecnoeconômico, do egoísmo coletivo de pessoas isoladas e da autorreferencialidade está na necessidade de mudanças de hábitos (LS 163-201).

Capítulo VI – Educação e espiritualidade ecológicas

Educar para reordenar as interações com base na solidariedade, responsabilidade comunitária, cuidado e compaixão. A doação de si mesmo diante da responsabilidade ambiental possibilitará construir uma cultura de vida, saindo do pragmatismo utilitarista para o esforço de renovação da humanidade (LS 202-217).

A conversão ecológica, integral e pessoal desencadeia a comunitária. A espiritualidade cristã tem uma rica contribuição à sociedade, reforçando a solidariedade com os mais vulneráveis, um estilo de vida simples, o apreço a vida humana, a capacidade de viver em comunhão para a construção da fraternidade universal. Esta fraternidade está na responsabilidade para com os outros e com o mundo, rompendo a lógica da violência, da exploração, do egoísmo e do descarte. O amor social será a chave do desenvolvimento humano, social, cultural, político e econômico. A cultura do cuidado recupera os vínculos de um novo tecido social (LS 218-231).

O Papa Francisco conclui a sua contribuição à doutrina social da Igreja e ao diálogo com o mundo, a partir da sua fé na criação, na encarnação e na eucaristia como força dinâmica da Trindade no mundo. A nova criação continuada e alicerçada na alegria da proposta evangélica. Encerra com a fé mariana e a oração pela criação.

Pe. André Luiz Bordignon-Meira – Diocese de Campinas/SP

Imagens: Vatican News – Jesuitas Brasil